Title
USO DA TOXINA BOTULÍNICA-A PARA FINS NÃO-ESTÉTICOS:
Controle da sialorréia em pacientes com disfunções cerebrais e
neuromotoras
Controle da sialorréia em pacientes com disfunções cerebrais e
neuromotoras
Subject
Monografia
Description
A sialorréia, produção excessiva de saliva, é uma preocupação na rotina de
cuidados dos pacientes adultos e pediátricos com disfunções cerebrais e
neuromotoras. Sua constância pode causar infecções e descamação na região
perioral, distúrbios do sono, da fala e da alimentação, pneumonia aspirativa e
estigma social do paciente e seus cuidadores. Os tratamentos mais comuns para
esse problema são o uso de drogas anticolinérgicas e anti-histamínicas, pouco
efetivos e com diversos efeitos colaterais atrelados, e cirurgias como a ligação
dos ductos das glândulas, desnervação da parótida e excisão bilateral das
glândulas submandibulares. Estes últimos, além de irreversíveis, causam
grandes morbidades aos pacientes. O uso de toxina botulínica tipo A (BoNT-A),
neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum aparece como uma
alternativa eficaz, segura e reversível no controle da sialorréia. Ela age na
inibição da liberação pré-sináptica do neurotransmissor acetilcolina nas junções
neurosecretórias das glândulas salivares, inibindo a produção e secreção da
saliva. Os efeitos colaterais desta medicação quando comparados aos
tratamentos mais comuns parecem ser menores e mais toleráveis, a queixa mais
comum a sensação de boca seca. As glândulas parótidas e submandibulares
são responsáveis por cerca de 90% da saliva produzida pelos seres humanos e,
portanto, são as glândulas de escolha para a aplicação da toxina. Dentre as
marcas comerciais no mercado, a única aprovada pela União Europeia e pela
Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento da sialorréia em adultos
é a Xeomin®. A aplicação de 100 unidades (U) nestas glândulas, guiados pela
ultrassonografia, subdivididos em 30U para cada parótida e 20U para cada
submandibular já são suficientes para reduzir a frequência e severidade da
sialorréia e a taxa do fluxo salivar por um período médio de 16 semanas. Em
crianças, apesar de não haver um protocolo oficial, a aplicação de 60 a 100U
também se mostrou efetivo para o controle da sialorréia, sem maiores
intercorrências. Desta forma, este tratamento acessível torna-se um fator
importante para melhora da qualidade de vida dos pacientes e daqueles que
participam efetivamente de seus cuidados diários, ampliando o uso da BoNT-A
que não só para fins estéticos e cosméticos.
cuidados dos pacientes adultos e pediátricos com disfunções cerebrais e
neuromotoras. Sua constância pode causar infecções e descamação na região
perioral, distúrbios do sono, da fala e da alimentação, pneumonia aspirativa e
estigma social do paciente e seus cuidadores. Os tratamentos mais comuns para
esse problema são o uso de drogas anticolinérgicas e anti-histamínicas, pouco
efetivos e com diversos efeitos colaterais atrelados, e cirurgias como a ligação
dos ductos das glândulas, desnervação da parótida e excisão bilateral das
glândulas submandibulares. Estes últimos, além de irreversíveis, causam
grandes morbidades aos pacientes. O uso de toxina botulínica tipo A (BoNT-A),
neurotoxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum aparece como uma
alternativa eficaz, segura e reversível no controle da sialorréia. Ela age na
inibição da liberação pré-sináptica do neurotransmissor acetilcolina nas junções
neurosecretórias das glândulas salivares, inibindo a produção e secreção da
saliva. Os efeitos colaterais desta medicação quando comparados aos
tratamentos mais comuns parecem ser menores e mais toleráveis, a queixa mais
comum a sensação de boca seca. As glândulas parótidas e submandibulares
são responsáveis por cerca de 90% da saliva produzida pelos seres humanos e,
portanto, são as glândulas de escolha para a aplicação da toxina. Dentre as
marcas comerciais no mercado, a única aprovada pela União Europeia e pela
Food and Drug Administration (FDA) para o tratamento da sialorréia em adultos
é a Xeomin®. A aplicação de 100 unidades (U) nestas glândulas, guiados pela
ultrassonografia, subdivididos em 30U para cada parótida e 20U para cada
submandibular já são suficientes para reduzir a frequência e severidade da
sialorréia e a taxa do fluxo salivar por um período médio de 16 semanas. Em
crianças, apesar de não haver um protocolo oficial, a aplicação de 60 a 100U
também se mostrou efetivo para o controle da sialorréia, sem maiores
intercorrências. Desta forma, este tratamento acessível torna-se um fator
importante para melhora da qualidade de vida dos pacientes e daqueles que
participam efetivamente de seus cuidados diários, ampliando o uso da BoNT-A
que não só para fins estéticos e cosméticos.
Creator
Daphine Caxias Travassos
Publisher
Prof. Dr. Rogério Albuquerque Marques
Date
São Paulo 2022
Contributor
Faculdade Facsete
Language
Português
Identifier
Harmonização Orofacial